Você costumava frequentar a Fashion Club ou o The Beer? Se sim, então com certeza tem boas lembranças da curtição na capital nos anos 2000! O amadurecimento de Brasília no meio de produção de eventos é facilmente visível. Porém, não se pode negar que a sensação da música, em sintonia com a dança, prossegue até os dias de hoje.

As festas de antigamente ainda possuem grandes semelhanças com as que ocorrem até hoje. Como por exemplo, as boates locais no Gilberto Salomão e no Píer 21. E a intenção do público não mudou: aproveitar, interagir e ver as atrações mais esperadas da noite ainda são as grandes expectativas ao sair de casa. A diferença mais relevante, até então, são as músicas. Hoje, as que fazem sucesso são trends do TikTok.

Após o retorno da vida noturna na cidade, o Visite Brasília reuniu quatro entrevistados para contar tudo sobre a experiência de se divertir na tão incrível Brasília dos anos 2000.

Em clima de muita nostalgia e para falar de música, chamamos dois DJs que marcaram a época, o DJ Shampoo e o DJ Poeck. Além deles, a jornalista Ana Laura Cartaxo e a advogada Mayara Utiyama para compartilhar relatos de como era fazer parte do público.

Roblêdo Borges, mais conhecido como DJ Shampoo, conta que possui uma carreira há 28 anos. Ele começou a tocar nas festas junto ao DJ Poeck, amigo de infância de Shampoo. O interesse do profissional surgiu devido ao amor pela música e os bons eventos que ocorriam em Brasília. Os dois se aventuravam em meio ao agito da cidade e lembram que, na época, o público aproveitava os lazeres noturnos da capital para dançar, conhecer novas pessoas e frequentar as boates pra ouvir algum artista.

Já Poeck assume que, aos poucos, se apaixonou pelas noitadas ao acompanhar os DJs mais experientes na área e que, antes de tocar em lugares como Fashion Club e Farol, começou a tocar em eventos com Shampoo para atrair o pessoal e arrecadar fundos para adquirir novos equipamentos.

Com quase duas décadas de experiência na profissão, ambos relembraram a ansiedade que se espalhou pela região do plano piloto com a inauguração, quase que simultânea, da Fashion Club e do Café Cancun, localizados no Liberty Mall; do Basic Club e Sétima Arte Café, na 413 da Asa Sul; do Dom Taco Café, na 309 Sul e do Dom Taco Fiesta e Farol, no Píer 21.

As festividades começavam com um bar durante o dia e abriam as boates pela noite, onde grandes artistas eram trazidos como atração. Com isso, o Distrito Federal chegou a ser referência em diversão noturna que, apesar de possuir um público muito exigente que gosta de novidades a todo momento, sempre conseguiu manter a essência fortemente lembrada pela população. E nada melhor do que saber sobre essas experiencias direto da fonte:

 

Ana Laura, de 36 anos, contou que era frequentadora assídua das matinês. Naquele período, esse era o entretenimento mais badalado da cidade. Então, como os locais eram fechados e dedicados à música, dançar como se não houvesse o amanhã era sempre o objetivo.

A jornalista também conta que fez vários amigos ao longo do tempo ao ir nessas festas e que, inclusive, a sua melhor amiga de hoje foi um maravilhoso brinde que recebeu após as noites no Fashion Club.

Ao ser questionada sobre as diferenças que sentiu com o passar dos anos, Ana respondeu: “Primeiro, acho que envelheci”, brincou. Em seguida, disse que não tem mais a mesma animação que possuía na juventude. “Hoje, prefiro programas mais tranquilos, com poucos amigos, com o meu marido. E aí, uma vez ou outra, uma festa ou um show de algum artista que eu goste”, completou.

Para Mayara, o sentimento de frequentar as matinês era de euforia! Ela tinha 13 anos quando começou a ir às festas aos sábados à tarde e, assim, também descobriu o mundo da música eletrônica. A advogada conta que os momentos antes dos eventos eram os mais divertidos. Ela se arrumava com as amigas para ir curtir e, mesmo com o sol quente, festejava até. Mayara também citou na entrevista a primeira vez que conseguiu sair para a noitada: “Tive que convencer meus pais e foi um trabalhão. Quando consegui, fui cedo garantir o convite. Pensei em uma roupa massa e fui com as amigas da época. Foi super legal, me senti uma jovem moderna”. 

Agora, fica a pergunta: e você, como se divertia nas noites de Brasília nos anos 2000?

Fonte: Júlia Marques | Visite Brasília