26.11.2020
A Casa Rosa é um espaço de assistência para a população LGBTQIA+
Por Andreza Lorrane
Marcos Tavares, 53 anos, assumiu uma nova missão: idealizar e transformar em realidade o centro cultural e assistencial Casa Rosa, em Sobradinho. O espaço, em construção desde aquele ano, destina-se ao acolhimento e à assistência de pessoas LGBTQIA+. A atividades e ações voltadas ao bem-estar coletivo e à saúde do próximo fazem parte da vida do brasiliense.
Nascido no Hospital de Sobradinho e deixado pela mãe biológica. Não demorou para que o militar Nelson Tavares e a lavadeira Leonídia da Silva, que moravam em frente à unidade de saúde, soubessem da história por meio de uma enfermeira. O casal adotou e registrou Marcos, ainda recém-nascido, acolhendo as aflições e aspirações do filho, bem como as dos futuros amigos dele. Na medida que crescia Marcos ganhava força pela família. Nos anos 1990, atuou como voluntário no Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa). “Fazíamos visitas. Eu ia ao Hospital de Base e, ali, despertei para isso. Falei: ‘Quero fazer mais. Não quero só visitar. Quero cuidar dos gays”, recorda-se. Enquanto atuava, percebia nos profissionais de saúde a falta de um cuidado digno com pessoas soropositivas internadas.
Após uma conversa com seu pai, surgiu a ideia de criar um centro cultural e assistencial para pessoas LGBTQIA+. “Um dia, ele falou assim: ‘Por que você não cria, aqui no quintal, um espaço para você reunir os amigos, para vocês estarem bem?’” Dias depois, os dois deram início à construção do edifício que se tornaria o centro cultural e assistencial Casa Rosa. “Sou muito do coletivo. Se não tiver muita gente movida em tudo o que faço, eu não fico bem”, completa Marcos.
O espaço conta com 70 voluntários e tem capacidade para acolher de 20 a 24 pessoas. “Com aquele jeitinho de coração de mãe, onde sempre cabe mais um”, define o técnico de enfermagem aposentado. Ele conta que, após a história do local se tornar conhecida, muita gente entrou em contato para parabenizá-lo pela iniciativa, para ajudar e, também, buscar acolhimento. “Como a gente estava em fase de construção, foi um Deus nos acuda. Tínhamos o espaço, o projeto, mas não como receber as pessoas nem fazer atendimento psicológico”, detalha Marcos.