ROGÉRIO REIS
A iniciação no mundo da arte de Rogério Reis foi através do grafite em Brasília quando ainda era adolescente nos anos 80. A cidade era muito diferente do que é hoje, quase inabitada e de pura utopia. Estes traços do grafite são ainda hoje a base da linguagem gráfica das Morfoses.
O artista foi para o Rio de Janeiro e se graduou em Desenho industrial na Escola de Belas Artes da UFRJ. Estudou também no Parque Lage com referências da arte contemporânea como Fernando Cocchiarale, Senise, Nelson Leirner e Charles Watson.
Nesta época conheceu Roberto Freire (psicanalista e escritor de Ame e dê vexame, sem tesão não há solução, Utopia e Paixão, entre outros) e mergulhou em uma vivência anarquista por muitos anos.
Rogério Reis Desenvolve um trabalho de escultura contemporânea intitulado Morfoses, manifesto-conceito que aborda questões sobre transformação e utopia. O autor aborda a natureza do indivíduo como travessia, espírito e revolução.
Artista com identificação em Brasília, suas formas são influenciadas pelas curvas de Niemeyer. No Brasil, a linguagem que mais se aproxima de seus traços é de Tomie Ohtake e no exterior de Anish Kapoor.
Os trabalhos em Design arte são um desdobramento da linguagem das morfoses. As peças são um amálgama entre escultura e mobiliário, muitas delas de tiragem única ou em série limitada. Fazem parte do trabalho as mesas temáticas de São Jorge, Iemanjá e Ouro preto, temas ícones da cultura brasileira.
Em 2019 o artista inaugurou a escultura permanente “Navio Negreiro Adentrando na Terra-com-Males” na entrada do plenário do STJ. A obra foi produzida em 2013, logo após o mensalão e a invasão do Congresso Nacional pelo povo e é um registro histórico sobre a transformação que o país esta passando onde o judiciário tem sido protagonista.
As Morfoses fazem parte da trilogia do autor onde constam ainda outros projetos com o tema da civilização brasileira como fio condutor: “Futebol paixão, o delírio de uma Nação” e O.M.I.B. – Origens mitológicas do Inconsciente Brasileiro. Este último, um estudo do âmago das raças que formaram o Brasil. Cada qual com abordagem distinta: mito, antropologia cultural e utopia.”