A COP 30 já terminou, mas o debate sobre o impacto da crise climática sobre as cidades permanece. Este é o tema central da exposição "MIA - Passado, Presente e Futuros", do Museu Itinerante da Amazônia, que chega a Brasília no dia 10 de dezembro, após passar por Manaus (Amazonas) e São Luís (Maranhão).

A mostra, com entrada gratuita, ficará em cartaz até 11 de janeiro no Museu Correios (Setor Comercial Sul Q. 4 Edifício Apollo SCS - Asa Sul). Viabilizado graças ao circuito Funarte de Artes Visuais Marcantônio Vilaça de 2023, o Museu Itinerante é uma iniciativa do Laboratório da Cidade, organização sem fins lucrativos com sede em Belém, no Pará. O Laboratório atua por cidades mais sustentáveis, democráticas e resilientes, valorizando os conhecimentos locais e a participação das comunidades na formulação de soluções para os desafios urbanos.

Através de uma experiência imersiva que une arte, ciência, tradição e arquitetura, o MIA pretende provocar uma reflexão crítica sobre como as cidades foram construídas, a atual situação dos aglomerados urbanos com as mudanças no clima e o futuro deles sob a ótica dos povos originários da Amazônia. "O MIA procura usar a arte como diálogo para repensarmos nossas cidades, principalmente buscando aprender técnicas construtivas e respeitosas de viver com as particularidades de nossos biomas. E ninguém melhor do que os povos originários para nos ensinar", diz Jade Jares, coordenadora e curadora do projeto.

Em cada cidade por onde passa, o Museu Itinerante recebe adaptações conforme os desafios climáticos locais e adquire uma obra de um artista local, depois incorporada ao acervo do Laboratório da Cidade. Em Brasília, a escolhida foi a artista visual Adriane Kariú, nascida no Gama (DF) e pertencente à etnia Kariú Kariri, do Ceará. O trabalho de Adriane investiga o corpo e memórias invisíveis, partindo da tradição e cosmologia de seu povo. Explora temas como desterritorialização, diáspora, retomadas e memória familiar, conectando arte, identidade e contracolonialidade em contextos periféricos.
 
"Poder levar essa exposição a um centro de decisões como Brasília é uma tentativa de influenciar e ampliar as possibilidades de que sejam construídas cidades mais justas e adaptadas", acrescenta. Depois da capital federal, o Museu Itinerante da Amazônia fará sua última parada: em março, no Rio de Janeiro.

SERVIÇO

Período: 10 de dezembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026

Horário: terça a sexta-feira, de 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, de 13h às 17h.

Local: Museu Correios (Setor Comercial Sul Q. 4 Edifício Apollo SCS - Asa Sul)

Entrada gratuita