Com o tema “Memória”, a VII Mostra Competitiva de Cinema Negro Adelia Sampaio acontece de 01 a 08 de novembro, celebrando os 80 anos de Adelia Sampaio, pioneira do cinema brasileiro e diretora do primeiro longa lésbico da América Latina, lançado em 1984. Idealizada por Edileuza Penha de Souza, a Mostra reforça seu compromisso em valorizar o cinema negro no feminino, transformando-se em um espaço de resistência, preservação de histórias e transmissão de saberes entre gerações.

A curadoria desta edição reúne nomes de referência no audiovisual, na educação e na cultura:

Edileuza Penha de Souza — Professora, realizadora e pesquisadora. Pós-doutora em Comunicação e doutora em Educação pela UnB, com estágio na EICTV/Cuba. Organizadora de diversos livros como a coleção Cinema, Negritude e Educação (vols. I, II, III), Cinema Negro no Feminino: Afeto e Pertencimento Além das Telas e Cinemas, Educação e Diversidade. Dirigiu os premiados filmes Filhas de Lavadeiras (2019), Vão das Almas (2023) e o mais recente: Vozes e Vãos (2025). Como curadora desta edição, Edileuza reafirma o lugar da Mostra como espaço de escuta, projeção e fortalecimento das vozes femininas negras no cinema.

Gisela Pérez — Colombiana, gestora cultural com experiência em indústrias culturais, criativas, artes e patrimônio. Formada em universidades da Espanha e dos EUA, recebeu em 2018 o prêmio Maria Filippa. Foi júri e palestrante em festivais no Brasil e na Argentina. Atua em ações afirmativas e estratégias de inclusão, equidade e diversidade. Atualmente é Coordenadora Institucional do Festival Internacional de Cinema de Cartagena das Índias – FICCI. Na curadoria da Mostra, Gisela contribui com um olhar transnacional e interseccional, reforçando pontes entre territórios e fortalecendo práticas de equidade no campo audiovisual. 

Renata Diniz — Escreveu e dirigiu os curtas O Véu de Amani (Kikito de melhor roteiro em Gramado) e Requília (melhor roteiro e direção no Festival de Brasília). Finalista do Prêmio ABRA, integra a Rede Paradiso de Talentos. Roteirista das séries Franjinha e Milena em busca da ciência e Vamos Brincar (Grande Prêmio do Cinema Brasileiro), ambas da Turma da Mônica. Codirigiu As Crias de Dulcina (TV Cultura). Nesta edição, atua na curadoria por meio de uma parceria com o Paradiso Multiplica, programa do Projeto Paradiso. Traz sua trajetória como roteirista e realizadora para somar a um olhar atento à diversidade e à potência criativa do audiovisual negro.

A programação tem início no dia 01 de novembro, com a abertura da exposição “Foto Preta Grafia”, que reúne seis fotógrafos selecionados, sendo eles: fotógrafos participantes: Luiz Roberto Moreira, Denise Camargo, Letícia Miranda, Juliana Uepa, David Alves, Andyara Miranda e Matheus Alves. A curadoria da mostra é conduzida por Claudio Bull (Curador Principal) e Gregório Oliveira (Co-Curador). A exposição traz diferentes perspectivas da produção fotográfica contemporânea, reforçando o protagonismo de artistas negros e negras no campo das artes visuais.

No dia 03 de novembro, a agenda da Mostra Competitiva inicia com a exibição do primeiro filme selecionado, das 14h às 17h15, no Anfiteatro 10 da UnB. Em seguida, a cerimônia oficial de abertura acontece a partir das 18h45, no Cine Brasília, reunindo em mesa Rozana Naves, Edileuza Penha de Souza, Adelia Sampaio, Tito Abayomi de Souza Leitão e Marcus Vinícius Mesquita.

Em seguida, será exibido o filme de abertura Virgínia e Adelaide (2025), dirigido por Yasmin Thayná e Jorge Furtado. A obra de ficção/drama tem 96 minutos de duração, classificação indicativa de 14 anos e conta com LSE, audiodescrição e janela de Libras.

Virgínia e Adelaide narra o encontro extraordinário de duas mentes brilhantes: Virgínia Leone Bicudo (interpretada por Gabriela Correa), mulher negra, socióloga e primeira psicanalista brasileira, e Adelaide Koch (Sophie Charlotte), médica judia alemã e também psicanalista. As duas se encontram em 1937, após Adelaide chegar ao Brasil fugindo da perseguição nazista. Vírginia torna-se sua primeira paciente e, juntas, participam da fundação da psicanálise no país, enfrentando barreiras e preconceitos, firmando uma parceria profissional e afetiva que atravessou décadas.

De 04 a 08 de novembro, a programação segue na Universidade de Brasília (UnB) com mostras competitivas, exibição dos filmes selecionados, masterclasses, mesas de debate, lançamentos de livros, oficinas, rodas de conversa e exposições.

A VII Mostra Competitiva de Cinema Negro Adélia Sampaio reafirma a importância de espaços de visibilidade e valorização da cinematografia feminina negra, promovendo encontros de olhares diversos que reconhecem, celebram e projetam o cinema negro no feminino em toda a sua potência, conectando artistas, pesquisadores e público em reflexões profundas sobre cultura, memória e representatividade.

SERVIÇO

Data: 1 a 8 de novembro de 2025.

Tema: “Memória”.

Exposição “Foto Preta Grafia”

Data: 1/11 (sábado).

Horário: às 14h.

Local: Casa Niemeyer (Park Way).

Cerimônia de abertura:

Data: 3/11 (segunda-feira).

Horário: das 18h45 às 22h.

Local: Cine Brasilia (106/107 Sul).

  • Cerimônia de abertura com mesa de abertura: Rozana Naves, Edileuza Penha de Souza, Adelia Sampaio, Tito Abayomi de Souza Leitão e Marcus Vinícius Mesquita.

  • Exibição do filme: Virgínia e Adelaide (2025), de Yasmin Thayná.

Programação: Universidade de Brasília (UnB). 

Exibição dos filmes selecionados, oficinas e atividades formativas, masterclasses e mesas de debate, lançamento de livro, além de rodas de conversa com artistas, pesquisadores e profissionais do audiovisual negro.

Entrada gratuita

 

Fonte: Ana Gabrielle Ramos