A escritora e artista Estrela Ruiz Leminski lança em Brasília, no dia 25 de setembro, às 19h, na Circulares Livros (CLN 113, bloco A, loja 07), seu romance de estreia "Quando a Inocência Morreu", publicado pela editora Iluminuras. O encontro será acompanhado do bate-papo "Histórias familiares e escrita de ficção", no qual Estrela vai compartilhar como transformou lembranças e pesquisas genealógicas em narrativas que transitam entre memória e imaginação.
A obra nasceu de inquietações que atravessaram anos de pesquisa pessoal e acadêmica. "Eu não conheci nenhum dos meus avós, eles faleceram antes de eu nascer. Então eu tinha uma relação muito curiosa com essa questão da ancestralidade", lembra a autora. Esse vazio levou Estrela a investigar raízes familiares, acessar documentos da Polônia e da Ucrânia e descobrir fragmentos de histórias que, reunidos, compõem o que ela chama de "biografia fantástica". Nesse processo, ela também revisita a lenda da bisavó cigana, cuja imagem foi encontrada no Museu do Prado, em Madri, e que se tornou símbolo de ousadia e reinvenção.
Dividido em quatro narrativas independentes, o romance recria personagens como Pedro, bisavô de Paulo Leminski, e Luíza, avó de Alice Ruiz, mas vai além da biografia. "Na realidade, eu parti da minha família, mas em algum momento assumi a ideia de que era ficção. Com isso, além da liberdade criativa, tomei a liberdade de incorporar causos da família de amigos", explica Estrela. O resultado é um livro que aborda temas universais como o medo da morte, a busca por identidade, o amor não correspondido e as marcas que atravessam gerações.
Com uma carreira já consolidada como poeta e musicista incluindo os livros Cupido, cuspido, escarrado (2004) e Poesia é Não (2010), além de participações em antologias, Estrela estreia na ficção longa com um romance que preserva a memória e, ao mesmo tempo, recria os mitos familiares como matéria literária.
"Eu nunca quis contar uma história monótona cheia de datas e heróis do cotidiano. Minha intenção era que o leitor pudesse mergulhar na narrativa mesmo sem saber que ela partia de fatos reais. O curioso é que muitas das coisas que parecem invenção são reais, e muitas das coisas que parecem fatos foram criadas", resume.
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Fonte: Daniel Pandeló Corrêa